Este quarto...
Este quarto de enfermo, tão deserto
de tudo, pois nem livros eu já leio
e a própria vida eu a deixei no meio
como um romance que ficasse aberto...
que me importa esse quarto, em que desperto
como se despertasse em quarto alheio?
Eu olho é o céu. Imensamente perto,
o céu que me descansa como um seio.
Pois só o céu é que está perto, sim,
tão perto e tão amigo que parece
um grande olhar azul pousado em mim.
A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e agente nem soubesse que era o fim...
Mário Quintana
terça-feira, 5 de junho de 2007
Este quarto...
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