Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
Cantares do Sem Nome e de Partidas
Hilda Hilst
sábado, 17 de maio de 2008
Cantares do Sem Nome e de Partidas
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Ainda daquele que ainda não descobriu a beleza das palavras e e riquezas de imagens na peosia de Hilda Hilst.
Enviar um comentário